Vacinas salvam vidas e combatem a resistência bacteriana, diz estudo da OMS
Quanto mais pessoas vacinadas, menos infecções circulando, ou seja, há redução na necessidade do uso de antibióticos. Isso é o que mostra um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no final de Julho deste ano.
O estudo revela que as vacinas atuam diretamente no combate à resistência antimicrobiana (RAM), com o poder de evitar mais de meio milhão de mortes a cada ano. Seu uso efetivo combate a propagação de bactérias e também de vírus, fungos e parasitas resistentes a tratamentos.
A RAM é uma ameaça global à saúde pública, causando aproximadamente 4,95 milhões de mortes anualmente. Os países em desenvolvimento são os que mais sofrem com essa epidemia silenciosa.
Tuberculose e pneumonia: grandes alvos
O estudo foi publicado no Bristol Medical Journal e destaca a informação de que as vacinas reduzem a disseminação de cepas resistentes, uma vez que contribuem para a diminuição das infecções tanto entre pessoas imunizadas quanto não imunizadas. Isso, por sua vez, reduz a necessidade de uso indevido de antimicrobianos, no qual se encaixam os antibióticos.
Entenda mais sobre o assunto:
OMS recomenda melhor uso das vacinas para o combate à RAM
Os maiores impactos positivos seriam sentidos na África e no sudeste asiático, onde a carga de RAM evitável por meio da vacinação é mais significativa. As vacinas poderiam reduzir as mortes relacionadas à tuberculose e pneumonia nessas regiões.
Vacinas e outras medidas preventivas
Globalmente, o estudo destaca que as vacinas são uma ferramenta valiosa para desacelerar e conter a propagação da RAM, quando combinadas com outras medidas preventivas, como acesso à água, saneamento, higiene, programas de prevenção de infecções e garantia de acesso adequado a diagnósticos e medicamentos, incluindo antibióticos.

Reino Unido oferece prêmio milionário para conter RAM
A iniciativa visa acelerar o desenvolvimento de vacinas, um importante recurso na luta contra a RAM. Serão destinados 1,4 milhões de libras para combater a Resistência Antimicrobiana, algo em torno de R$ 8,7 milhões.
O prêmio provém do Fundo Global de Inovação AMR (GAMRIF) e beneficiará a Rede de Vacinas Bacterianas, conhecida como BactiVac, que é coordenada pela renomada Universidade de Birmingham.
O foco é ampliar o leque de projetos relacionados ao desenvolvimento de vacinas bacterianas. A BactiVac foi estabelecida em 2017 com a missão de avançar no desenvolvimento de vacinas direcionadas a patógenos bacterianos de importância global.
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