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O QUE SÃO ANTIBIÓTICOS?

Definindo os antibióticos

Os antibióticos são uma classe de antimicrobianos utilizados para tratar infecções por bactérias. A  Dra. Paola Cappellano Daher, consultora médica em Infectologia e Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde, explica que os antibióticos são drogas que podem ter duas finalidades: reduzir a proliferação bacteriana ou levar à morte bacteriana, tratando as infecções causadas pelas bactérias.

Antibióticos do tipo bacteriostáticos impedem a multiplicação das bactérias, já os bactericidas causam a morte dos microrganismos.

Assim como os antifúngicos ou os antivirais, os antibióticos são denominados antimicrobianos, ou seja, drogas que lutam para combater um microrganismo que está causando uma infecção.

Como agem?

Para entender a ação dessa classe de medicamentos, a Dra. Daher resume o que é uma infecção: “A infecção é uma interação entre o paciente, o microrganismo que está atuando e o ambiente. O antibiótico representa o quarto agente, atuando na cura”. 

A médica informa que há diversas classes de antimicrobianos e cada uma atua de forma distinta em relação à bactéria a ser atingida. Essa ação também implica em reações do organismo que está sendo tratado. “Como qualquer outro medicamento, os antimicrobianos vão reagir de forma diferente. Alguns têm mais efeitos colaterais, outros menos. Dificilmente não vai haver reação”, enfatiza.

Efeitos colaterais
Dra. Paola Cappellano Daher, consultora médica em Infectologia e Microbiologia do Fleury Medicina e Saúde e médica-assistente da disciplina de Infectologia da Escola Paulista de Medicina EPM (Unifesp): "A escolha do antibiótico para cada paciente necessita de avaliação individual"

A Dra. Paola Daher, que também atua como médica-assistente da disciplina de Infectologia da Escola Paulista de Medicina EPM (Unifesp), comenta que a escolha do antibiótico para cada paciente necessita de avaliação individual, considerando todas as particularidades e condições de saúde, faixa etária etc. 

Outros fatores que também são levados em conta é a via oral ou injetável. “Há antibióticos voltados para infecções comunitárias outros para infecções hospitalares, que são esses de mais amplo espectro, tudo vai depender da avaliação clínica e das considerações médicas para aquele paciente”, visualiza.

Todos esses quesitos de avaliação são necessários para se pensar nos possíveis efeitos colaterais. Para um idoso, para uma criança ou gestantes, por exemplo. A médica também lembra que existem as questões alérgicas, e os profissionais da saúde precisam sempre estar atentos a isso.

Apesar das peculiaridades, a Dra. Daher assegura que a grande maioria dos antibióticos é confiável e os efeitos colaterais são normalmente manejáveis.

 

 

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Resistência bacteriana e os antibióticos: "One Health"

Chamando a atenção para a resistência bacteriana, a Dra. Daher observa que a questão deve ser pensada hoje dentro do conceito One Health, ou “Uma Saúde”, em português. “Em um cenário que inclui o meio ambiente, os animais e o ser humano, precisamos pensar e agir de modo global. A Covid mostrou isso e com a resistência é o mesmo. Se um foco se inicia em qualquer lugar do mundo, a chance de isso se espalhar é latente”.

No caso das bactérias, a médica exemplifica: “Uma pessoa que estava viajando e adquiriu uma infecção pode estar carreando uma bactéria mais resistente. Ao retornar ao seu país de origem, facilmente pode disseminá-la em sua comunidade”.

A resistência bacteriana não é estática e é possível acompanhar o seu dinamismo. Desde a descoberta da penicilina, as bactérias já começaram a se tornar resistentes aos antibióticos. Como reforça a Dra. Paola, “a bactéria é um ser que quer sobreviver e para isso vai buscar mecanismos para se tornar resistente, portanto, vai se proliferar mesmo com o uso do antimicrobiano”.  

“A entrada de novos antibióticos no mercado não vai minimizar o risco das bactérias desenvolverem a resistência. O uso racional deve ser eterno, porque em algum momento a gente vai criar resistência àquela droga”, prevê a médica. 

Quer saber quais são as bactérias mais resistentes?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou em 2017 uma lista com as principais bactérias mais resistentes, como uma forma de orientar o desenvolvimento de novos antibióticos. São 12 famílias de bactérias que apresentam mais riscos para a saúde humana.

Confira a Lista de agentes patogênicos prioritários da OMS para a P&D de novos antibióticos